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04-12-2012

Aveiro: Pode um cartão ajudar a salvar o comércio de rua?



Paulo Marques, da Casa Fernando, diz que a Rua Direita se converteu numa “rua de passagem”. Ontem o Diário de Aveiro dedicou parte da manhã àquela artéria e confirmou aquele juízo: algumas pessoas descem a rua em direcção à Ponte-Praça e outras sobem-na rumo à Praça Marquês de Pombal, mas são poucas as que param e entram nas lojas.
Os tempos áureos da Rua Direita já lá vão. O comércio é hoje uma sombra do que foi no passado - ali e noutras zonas da cidade. É aqui que entra o Cartão Espaço Aveiro, que garante vantagens aos clientes e desta forma pretende fidelizá-los ao comércio tradicional.
Neste momento já há mais de 250 cartões distribuídos, revela a Associação para a Modernização e Revitalização do Centro Urbano (AGIR), uma parceria entre a Câmara e a Associação Comercial (ACA). Numa primeira fase, o projecto Espaço Aveiro incide na Rua Direita e na beira-mar, havendo cerca de 30 lojas abrangidas.
A Rua Direita bem precisa de terapia, porque parece estar a morrer. Aquela que foi outrora uma das mais frenéticas artérias comerciais de Aveiro é agora um cemitério de lojas. João Melo, da cinquentenária Sapataria Daly, fez algumas contas: do seu lado da rua há pelo menos 14 estabelecimentos de portas fechadas, entre eles alguns emblemáticos, como a Lopes de Penafiel. Desde Janeiro, cerca de 30 lojas encerraram naquela rua e noutras vizinhas, calcula o comerciante. “Há poucos meses abriu uma loja à minha frente que fechou no sábado. O comércio tradicional tem os dias contados”, perspectiva do alto das suas cinco décadas de experiência como comerciante. Na Rua Direita muitas lojas - boutiques, sapatarias, de electrodomésticos… - não resistiram e estão devolutas, à espera de melhores dias.
João Melo, de 72 anos, lembra-se dos tempos dourados da Rua Direita. Chegou a haver uma comissão de comerciantes que foi pioneira na instalação de iluminação de Natal e que distribuía brindes aos clientes. “Sou do tempo em que, em Dezembro, estávamos abertos aos sábados e aos domingos e nos últimos dez dias antes do Natal só fechávamos à noite”, recorda.
O frenesim da Rua Direita e de outras áreas comerciais da cidade perdeu-se e o pior ainda estará para vir, adivinha João Melo. “Até ao fim do ano, metade das lojas que ainda estão abertas fecham e a partir do primeiro de 2013 só se aguenta quem tem dinheiro”. As “despesas fiscais e outros encargos” vão condenar muitos negócios ao desaparecimento.
Alice Lopes está a limpar a “porcaria” deixada pelos pombos à porta da sua loja, A Lanterna, ao mesmo tempo que conversa com uma transeunte. Clientes no interior não há e a proprietária, de 82 anos, só ainda não pôs um fim ao negócio de antiguidades, aberto à 40 anos, devido às despesas que isso lhe acarretaria. “Se não me obrigassem a pagar o IVA de tudo o que aqui tenho fechava logo”, confessa ao Diário de Aveiro. “Não me lembro de um período tão mau como este”.
Paulo Marques diz que a pedonalização da rua contribuiu para a sua desertificação. Proibida a circulação automóvel, o acesso dos consumidores foi dificultada, avalia. Mas há outras causas por trás do definhamento - como a perda de serviços que dantes ali existiam e que foram extintos ou transferidos para outras paragens.
Para este lojista, o vizinho centro comercial Fórum, ao invés de fazer concorrência, é uma ajuda preciosa para cativar gente para o centro de Aveiro. O problema para o comércio da cidade são os hipermercados ou os centros comerciais da periferia, diz. Mas o grande entrave ao sucesso dos pequenos negócios de rua é a crise. “As pessoas não têm dinheiro”.


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